China eleva tarifas sobre produtos dos EUA para 125% em resposta a medidas protecionistas

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Foto: Aris Messinis/AFP/Bloomberg
Foto: Aris Messinis/AFP/Bloomberg

A China anunciou nesta sexta-feira (11) um aumento significativo nas tarifas de importação sobre produtos americanos, elevando a taxa de 84% para 125%, em mais um capítulo da escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. A medida, divulgada pelo Ministério das Finanças chinês, entra em vigor já neste sábado (12), segundo comunicado da Embaixada da China nos Estados Unidos.

O governo chinês justificou a decisão como uma resposta direta às recentes medidas protecionistas adotadas pelo presidente americano, Donald Trump. Na quinta-feira (10), a Casa Branca havia confirmado que as tarifas totais impostas à China chegam a 145%, somando as novas taxas a cobranças já existentes.

Em comunicado, o Ministério das Finanças da China afirmou que as tarifas “anormalmente altas” aplicadas pelos EUA violam as regras do comércio internacional e representam um ato unilateral de “intimidação e coerção”. Além disso, o país apresentou uma nova queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as medidas americanas, reforçando a disputa no âmbito multilateral.

Guerra comercial se intensifica
O conflito entre os dois países ganhou novos capítulos nas últimas semanas. No dia 2 de abril, os EUA anunciaram tarifas que variam de 10% a 50% sobre mais de 180 países, incluindo a China, que foi taxada em 34% — somando-se a uma tarifa prévia de 20%.

Em resposta, Pequim impôs, na sexta-feira passada (4), tarifas extras de 34% sobre produtos americanos. Trump então deu um ultimato: se a China não retirasse as medidas até terça-feira (8), as tarifas subiriam para 104%. Como o país asiático manteve sua posição, os EUA cumpriram a ameaça e elevaram as taxas para 125%, que, somadas às anteriores, totalizaram 145%.

A China reagiu novamente na quarta-feira (9), aumentando suas tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, e agora, nesta sexta, para 125%. Enquanto isso, Trump anunciou uma “pausa” de 90 dias nas tarifas contra outros países, reduzindo-as para 10%, mas manteve as cobranças extras sobre a China.

Disputa sem fim à vista
Em suas declarações, Trump afirmou acreditar que a China chegará a um acordo, mas Pequim já deixou claro que está pronta para “revidar até o fim”. A escalada de tarifas tem preocupado o mercado global, com temores de impactos na economia mundial.

Enquanto os EUA acusam a China de práticas comerciais desleais, Pequim argumenta que as medidas americanas ferem as regras da OMC e prejudicam a estabilidade econômica internacional. A disputa, que já se estende por meses, parece longe de uma solução, com ambos os lados mantendo posições firmes.

Fonte: Redação

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