UE promete unidade em relação ao comércio e afirma que as tarifas são mais danosas para os Estados Unidos.

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(crédito Freepik)

Com a decisão de adiar as tarifas mais altas dos Estados Unidos por 90 dias, os ministros das Finanças da União Europeia reafirmaram, nesta sexta-feira, seu compromisso com uma postura unificada para negociar um acordo comercial com Washington durante esse período. Eles destacaram que essas tarifas, impostas pelos EUA, tendem a causar mais danos à economia americana do que à europeia.

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na quarta-feira a suspensão temporária por 90 dias das tarifas recíprocas de 20% aplicadas à Europa. No entanto, uma tarifa de 10% permanece em vigor, alinhada à política aplicada à maioria dos países.

O presidente das negociações, Paschal Donohoe, ressaltou em uma coletiva de imprensa que os ministros das Finanças da UE concordam sobre a importância de manter uma posição conjunta. Isso ocorreu durante encontros em Varsóvia, marcando a primeira reunião desde a imposição das tarifas.

Valdis Dombrovskis, comissário econômico da UE, declarou que a Comissão prevê uma perda de 0,2% no PIB europeu até 2027, caso as tarifas sejam temporárias e sem retaliações. Porém, se as tarifas forem vistas como permanentes ou acompanhadas de retaliações, o impacto no crescimento da Europa pode alcançar de 0,5% a 0,6% do PIB no mesmo período.

Por outro lado, o impacto na economia dos EUA seria ainda maior, com uma redução estimada entre 0,8% e 1,4% no cenário menos severo e de até 3,3% no caso de tarifas permanentes e retaliações adicionais. Além disso, Dombrovskis alertou que a perda de confiança de investidores poderia agravar ainda mais os efeitos negativos sobre o PIB americano.

Ao mesmo tempo, ele destacou que investimentos crescentes na Alemanha, viabilizados por reformas no controle da dívida e pela criação de um fundo de infraestrutura de 500 bilhões de euros, podem trazer um efeito positivo para a economia europeia.

Autoridades do Banco Central Europeu, contudo, se mostraram mais pessimistas, estimando impactos das tarifas entre 0,5% e 1,0% do PIB da UE, dependendo do desenrolar da disputa comercial. A Comissão Europeia projeta que a economia da UE crescerá 0,9% este ano, mas alertou que as tarifas podem levar o bloco a uma recessão.

Paschal Donohoe afirmou à Bloomberg TV que, embora os números precisos sejam difíceis de calcular, é evidente que as tensões no comércio global influenciarão negativamente o crescimento econômico na zona do euro.

Fonte: Redação

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