Nos últimos dias, a cidade universitária de Cambridge, nos arredores de Boston, tem sido palco de uma onda de preocupação entre estudantes estrangeiros. A revogação de vistos pelo governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, afetou mais de 500 pessoas ligadas à vida acadêmica, incluindo alunos, professores e pesquisadores de 88 instituições de ensino. Em Harvard, 12 estudantes tiveram seus vistos cancelados, gerando um clima de apreensão.
Entre os casos mais emblemáticos está o de Kseniia Petrova, pesquisadora russa da Escola de Medicina de Harvard, que teve seu visto revogado após não declarar embriões de rã em sua bagagem ao retornar de uma viagem à Europa. A situação, que normalmente resultaria em multa, levou à detenção da pesquisadora. Estudantes e acadêmicos temem que essas ações sejam motivadas por razões políticas, como o apoio a pautas contrárias ao governo Trump.
Além disso, as universidades enfrentam ameaças de cortes de financiamento público, que somam bilhões de dólares. Harvard, por exemplo, pode perder US$ 9 bilhões em verbas federais. As cartas enviadas pelo governo às instituições incluem exigências como mudanças na governança administrativa e o fim de programas educacionais acusados de antissemitismo.
O impacto dessas medidas vai além de Cambridge, afetando grandes universidades como Princeton, Brown e Columbia. A comunidade acadêmica teme que essas ações prejudiquem a diversidade e a liberdade de expressão nas instituições de ensino dos Estados Unidos.
Fonte: Redação