O governo federal questionou oficialmente a remoção de moradores da Favela do Moinho, na região central de São Paulo, após o avanço da operação estadual para desocupar a área. A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, entrou em contato com o secretário estadual de Governo, Gilberto Kassab, solicitando esclarecimentos sobre o processo.
A maior parte do terreno ocupado pela comunidade pertence à União, e sua cessão ainda está em fase de negociação. Segundo a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), a transferência do imóvel depende da apresentação de um plano habitacional que assegure moradia às cerca de mil famílias que vivem no local. A proposta, enviada pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), ainda precisa de ajustes, segundo a SPU.
O governo de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirma que a área será transformada em um parque urbano e integrará um projeto de revitalização do centro da capital, que inclui a construção de estações de trem e a futura sede administrativa estadual.
A iniciativa tem gerado críticas de movimentos sociais e lideranças políticas. O deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) relatou à Câmara denúncias de que moradores estariam sendo pressionados a deixar o local sob coação de forças policiais.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do estado informou que o reassentamento das famílias está sendo feito de forma voluntária, com adesão de mais de 87% da comunidade. O governo afirma que a operação tem como objetivo retirar moradores de uma área de risco e oferecer melhores condições de vida.
Na sexta-feira (18), cerca de 50 moradores protestaram contra a retirada e bloquearam a entrada da comunidade. A Polícia Militar acompanhou a manifestação à distância.
Fonte; Redação