Anvisa Aprova Primeiro Tratamento para Retardar Alzheimer no Brasil

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Kisunla é um medicamento injetável, administrado uma vez por mês, e é o primeiro e único tratamento aprovado no Brasil direcionado à placa amiloide • Getty Images/Science Photo Libra

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o medicamento Kisunla (donanemabe), desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, como o primeiro tratamento no Brasil capaz de retardar a progressão do Alzheimer em estágios iniciais. Essa decisão, publicada no Diário Oficial da União, representa um marco na luta contra a doença, trazendo esperança para pacientes e familiares.

O Kisunla é um medicamento injetável, administrado mensalmente, que atua na remoção das placas amiloides no cérebro, consideradas uma das principais causas do Alzheimer. Estudos clínicos, como o “TRAILBLAZER-ALZ 2”, demonstraram que o tratamento pode reduzir significativamente o declínio cognitivo. Em 18 meses, o medicamento conseguiu remover até 76% das placas amiloides em alguns pacientes, com resultados promissores tanto em grupos menos avançados quanto na população geral.

O tratamento é indicado para pacientes com comprometimento cognitivo leve e demência leve relacionados ao Alzheimer. No entanto, ele não é recomendado para pessoas que não possuem o gene ApoE ε4, identificado por exames genéticos. Além disso, o medicamento ainda precisa passar pelo processo de precificação junto à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) antes de ser comercializado no Brasil.

Apesar dos avanços, o Kisunla apresenta alguns efeitos colaterais, como inchaços temporários no cérebro (ARIA), detectados por ressonância magnética, e reações alérgicas que podem ocorrer durante ou logo após a infusão. Esses efeitos serão monitorados de perto para garantir a segurança dos pacientes.

A aprovação do Kisunla reflete mais de 35 anos de pesquisa da Eli Lilly e foi celebrada como um marco na neurociência. Segundo Luiz Magno, diretor médico da empresa, o objetivo é transformar vidas e oferecer novas perspectivas para quem convive com o Alzheimer.

Fonte: Redação

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