Banco Mundial revisa projeções de crescimento econômico para o Brasil e destaca desafios regionais

3 Min de leitura
Haddad e Lula em Brasília 9/12/2022 — Foto: Adriano Machado/Reuters

O Banco Mundial reduziu sua estimativa de crescimento econômico para o Brasil em 2025, prevendo agora um aumento de apenas 1,8% na atividade econômica. Anteriormente, a instituição havia projetado um crescimento de 2,2% para o país. Essa revisão ocorre em um cenário global marcado por incertezas e desafios estruturais, que também impactaram negativamente as economias da América Latina e do Caribe.

A estimativa de crescimento para toda a região foi ajustada de 2,5% para 2,1%, destacando que este será o crescimento mais lento do mundo. Entre os principais fatores que levaram a essa revisão, o Banco Mundial aponta:

  1. Dificuldades nas taxas de juros: Economias desenvolvidas enfrentam atrasos nas reduções das taxas de juros, o que afeta o crédito e investimentos globais.
  2. Restrição ao comércio global: A guerra tarifária imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxe consequências significativas, levando a contramedidas de outros países.
  3. Desaceleração na China: Como uma das maiores economias do mundo, a diminuição do crescimento chinês tem repercussões em escala global.
  4. Cortes na assistência internacional: Reduções nos programas de assistência ao desenvolvimento afetam especialmente economias em crescimento.

Para o Brasil, o cenário é desafiador. O Ministério da Fazenda havia projetado um crescimento de 2,3%, enquanto o Banco Central revisou sua previsão para 1,9% em 2025. Analistas indicam que a produção agrícola pode trazer algum suporte à economia, mas uma inflação elevada e políticas de juros restritivas devem desacelerar o crescimento ao longo do ano.

Entre os países vizinhos, há contraste nas estimativas. A Argentina, que recentemente garantiu um acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI), teve sua projeção de crescimento elevada para 5,5%. Já o México enfrenta um cenário mais crítico, sem crescimento projetado para 2025.

De acordo com Carlos Felipe Jaramillo, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, “os países precisam recalibrar suas estratégias e implementar reformas ousadas para enfrentar um ambiente global cada vez mais incerto”. Ele destacou que o acesso à tecnologia e a exploração de economias de escala são fundamentais para promover o crescimento.

William Maloney, economista-chefe do Banco Mundial para a região, acrescentou que o comércio e o investimento estrangeiro direto continuam sendo elementos essenciais para a aceleração econômica. Maloney também mencionou o “near-shoring” como uma tendência promissora, onde empresas movem a produção para mais perto de seus principais mercados, criando oportunidades para os países da América Latina.

O Banco Mundial enfatizou a necessidade de aumentar a produtividade e a agilidade das economias locais, além de diversificar os destinos comerciais e os serviços de exportação como uma estratégia vital para o futuro.

Fonte: Redação

Compartilhar