A capital da Ucrânia, Kiev, foi alvo de um dos ataques mais devastadores desde julho de 2024, quando 33 pessoas morreram em um bombardeio aéreo. Na madrugada desta quinta-feira (24), a Rússia lançou 70 mísseis e 145 drones contra a cidade, atingindo 13 locais, incluindo prédios residenciais e infraestrutura civil. O ataque resultou na morte de pelo menos 12 pessoas e deixou mais de 90 feridos, segundo os serviços de emergência ucranianos.
Impacto e resposta imediata
As sirenes de ataque aéreo ecoaram por cerca de seis horas, enquanto moradores buscavam abrigo. Imagens divulgadas pelos serviços de emergência mostraram prédios em chamas e equipes de resgate trabalhando para retirar pessoas dos escombros. No distrito de Sviatoshyn, engenheiros e cães de resgate continuam as buscas por sobreviventes, incluindo duas crianças que ainda estão desaparecidas.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, pediu que os moradores permanecessem em abrigos até que a situação fosse controlada. “As equipes de resgate estão fazendo todo o possível para remover os escombros o mais rápido possível”, afirmou em comunicado.
Reação internacional e contexto político
O ataque ocorreu poucas horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de dificultar as negociações de paz. Trump sugeriu que a Ucrânia aceitasse o controle russo da Crimeia como parte de um acordo para encerrar a guerra, proposta que Zelensky rejeitou categoricamente.
Zelensky, que estava em visita à África do Sul, encurtou sua viagem para retornar à Ucrânia e reforçar os pedidos de apoio internacional. “É extremamente importante que o mundo veja e entenda o que está acontecendo”, declarou o presidente ucraniano, destacando a necessidade de fortalecer as defesas aéreas do país.
Ações militares e justificativas russas
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que o ataque teve como alvo empresas dos setores de aviação, mísseis e espaço, além de indústrias de combustível para foguetes. “Os objetivos do ataque foram alcançados. Todos os alvos foram atingidos”, declarou Moscou.
No entanto, a Ucrânia acusa a Rússia de continuar violando o cessar-fogo proposto pelos Estados Unidos, que previa a suspensão de ataques por ambas as partes. “Já se passaram 44 dias desde que concordamos com o cessar-fogo, mas a Rússia continua matando nosso povo”, afirmou Zelensky.
Situação humanitária e esforços de resgate
Além de Kiev, outras oito regiões da Ucrânia foram atingidas por ataques combinados de mísseis e drones, incluindo Zhytomyr, Dnipro e Kharkiv. Pelo menos 42 pessoas foram hospitalizadas, incluindo seis crianças. A situação humanitária é crítica, com milhares de pessoas deslocadas e infraestrutura essencial destruída.
As equipes de resgate continuam trabalhando incansavelmente para localizar sobreviventes e fornecer assistência às vítimas. “Estamos removendo os escombros manualmente, pois ainda pode haver pessoas presas”, relatou o Ministro do Interior da Ucrânia, Ihor Klymenko.
Fonte: Redação