Fraudes no INSS: Governo busca novo presidente para o órgão após escândalo bilionário

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Carlos Lupi com Lula — Foto: FáTIMA MEIRA

O governo federal está em busca de um novo nome definitivo para a presidência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) após a demissão de Alessandro Stefanutto, que ocupava o cargo até a última quarta-feira (23). A saída do ex-presidente ocorreu após uma operação da Polícia Federal revelar um esquema de fraudes bilionárias envolvendo descontos indevidos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas.

Apesar da crise no órgão, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, seguirá no cargo, segundo integrantes do Palácio do Planalto. A avaliação interna do governo é que, até o momento, as investigações não apontaram envolvimento direto do ministro nas irregularidades.

A operação da Polícia Federal revelou que pelo menos 11 entidades associativas são suspeitas de realizar descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas. Essas associações e sindicatos estariam cobrando valores sem a autorização dos beneficiários, causando prejuízos bilionários.

Diante da gravidade do caso, o governo anunciou duas medidas imediatas:

  1. Ressarcimento aos aposentados e pensionistas prejudicados – O Palácio do Planalto pretende obter autorização judicial para utilizar o patrimônio das instituições envolvidas nas irregularidades para devolver o dinheiro aos beneficiários.
  2. Suspensão dos descontos – Os valores que seriam descontados na folha de pagamento de maio já foram automaticamente cancelados, evitando que os aposentados precisem ir até uma agência do INSS para garantir que não sofrerão novos prejuízos.

Com a saída de Alessandro Stefanutto, o governo escolheu Débora Floriano para assumir a presidência do INSS de forma interina. Débora é a atual diretora de Operações e Logística do INSS e está no órgão desde 2008, onde começou como analista de Seguro Social. Formada em Direito, ela já passou por cargos estratégicos, como a Coordenação de Compras e Serviços e a Coordenação-Geral de Licitações e Contratos.

Apesar da nomeação, fontes do governo afirmam que Débora não deve permanecer no cargo de forma definitiva, pois o Planalto busca um nome com perfil mais político para comandar o INSS.

Esta é a segunda troca de presidente do INSS no atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de Stefanutto, o cargo era ocupado por Glauco Wamburg, que foi exonerado em 2023 por suspeitas de uso irregular de passagens e diárias pagas pelo governo.

Fonte: Redação

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