João Ricardo Rangel Mendes, ex-CEO da Hurb, foi preso em flagrante na última sexta-feira (25) por furtar obras de arte de um hotel de luxo e de um escritório de arquitetura na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. A prisão foi realizada por policiais civis em uma cobertura de alto padrão, onde Mendes tentou fugir, mas acabou detido no terraço do imóvel.
A Polícia Civil identificou que Mendes cometeu dois furtos distintos. O primeiro ocorreu em um hotel de alto padrão na Barra da Tijuca, enquanto o segundo teve como alvo um escritório de arquitetura localizado em um shopping center do mesmo bairro. As imagens das câmeras de segurança mostraram que ele utilizou a mesma motocicleta para cometer ambos os crimes.
Durante a abordagem policial, foram encontrados na residência de Mendes três esculturas de cerâmica e um dos quadros furtados do hotel, totalizando um valor estimado de R$ 23 mil. No entanto, uma pintura ainda não foi recuperada. Todo o material apreendido foi restituído aos seus legítimos proprietários, e a Polícia Civil segue investigando para localizar a última obra desaparecida.
João Ricardo Rangel Mendes já havia sido alvo de críticas e controvérsias antes de sua prisão. Em abril de 2023, ele renunciou ao cargo de CEO da Hurb após a divulgação de relatos de clientes que foram xingados online. Em uma carta pública, Mendes reconheceu seus erros e afirmou que sua saída visava separar sua imagem pessoal da empresa.
A renúncia ocorreu em meio a uma crescente insatisfação dos consumidores, que relatavam cancelamentos de reservas em hotéis e pousadas devido a problemas financeiros da companhia. Além disso, vídeos e prints de conversas nas redes sociais expuseram o comportamento agressivo de Mendes com clientes, incluindo a divulgação de dados pessoais e insultos.
Após a saída de Mendes, a Hurb enfrentou dificuldades operacionais e financeiras. Em abril de 2025, o Ministério do Turismo cancelou o cadastro da empresa no Cadastur, impedindo-a de operar no setor turístico. A decisão foi motivada por denúncias de descumprimento contratual e um grande volume de reclamações de consumidores.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) também determinou que a Hurb apresentasse informações detalhadas sobre sua situação financeira, incluindo o número de contratos pendentes e o valor total devido aos clientes afetados. A Senacon considerou a atuação da empresa inviável operacional, técnica e financeiramente, após 12 meses de tentativas de acordo.
Em resposta, a Hurb alegou ter sido surpreendida pela medida do Ministério do Turismo, classificando-a como “mais política do que técnica” e acusando a Senacon de abandonar as negociações. Atualmente, o site da empresa está fora do ar, e o futuro da companhia permanece incerto.
Fonte: Redação