Putin descarta uso imediato de armas nucleares na Ucrânia, mas mantém alerta estratégico

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Vladimir Putin (Foto: Alexander Shcherbak/TASS)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou neste domingo (4 de maio) que não há necessidade imediata de utilizar armas nucleares no conflito com a Ucrânia. A declaração foi feita durante uma entrevista à televisão estatal russa, onde Putin reforçou que o país possui força e meios suficientes para levar a guerra a uma “conclusão lógica”, sem recorrer ao arsenal atômico.

Apesar da afirmação de Putin, especialistas alertam que a Rússia reduziu o limite para o uso de armas nucleares em sua nova doutrina estratégica. Em novembro de 2024, o Kremlin reformulou sua política nuclear, permitindo o uso dessas armas mesmo em resposta a um ataque convencional apoiado por uma potência nuclear.

A mudança gerou preocupações internacionais, pois amplia as circunstâncias em que a Rússia pode recorrer ao seu arsenal nuclear, considerado o maior do mundo.

A Rússia anunciou um cessar-fogo unilateral de 72 horas, que começará na madrugada de 8 de maio e durará até 10 de maio, em comemoração ao Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial. No entanto, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou a medida, afirmando que se trata de uma tentativa de Moscou de criar um “clima brando” antes das celebrações anuais.

Zelensky defende um cessar-fogo mais substancial, de 30 dias, como proposto pelos Estados Unidos, argumentando que uma pausa prolongada poderia ser um passo significativo para o fim da guerra.

Enquanto as negociações de paz seguem estagnadas, os ataques continuam. Na madrugada deste domingo (4 de maio), um ataque russo com drones feriu 11 pessoas em Kiev, incluindo duas crianças. O impacto das explosões foi sentido em diversos bairros da capital ucraniana, causando destruição e pânico entre os moradores.

Além disso, uma bomba guiada russa atingiu uma vila na região de Sumy, no nordeste da Ucrânia, resultando na morte de uma pessoa. A força aérea ucraniana informou que a Rússia lançou 165 drones explosivos durante a madrugada, dos quais 69 foram interceptados.

A guerra entre Rússia e Ucrânia já dura três anos, e as tentativas de negociação seguem sem avanços concretos. Enquanto Putin descarta o uso imediato de armas nucleares, a nova doutrina russa mantém o alerta estratégico elevado, aumentando as preocupações sobre uma possível escalada do conflito.

Fonte: Redação

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