EUA querem rotular PCC e Comando Vermelho como terroristas; Brasil resiste

2 Min de leitura
Brasil diz que as facções não podem ser classificadas pela legislação do país como organizações terroristas, e sim como criminosas. • 14/05/2006 - Alex Silva/Estadão Conteúdo

Representantes do governo dos Estados Unidos se reuniram com técnicos do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) nesta terça-feira (6 de maio) para discutir a possibilidade de classificar facções criminosas brasileiras como organizações terroristas.

Durante o encontro, autoridades norte-americanas citaram nominalmente o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), argumentando que a designação permitiria a aplicação de sanções mais severas contra esses grupos.

O governo brasileiro respondeu que, de acordo com a Lei Antiterrorismo (Lei nº 13.260/2016), essas facções não podem ser classificadas como terroristas, mas sim como organizações criminosas.

Nos Estados Unidos, a definição de terrorismo é mais ampla e permite enquadrar grupos ligados ao tráfico internacional e à violência organizada. A gestão de Donald Trump tem buscado aplicar essa classificação a organizações criminosas latino-americanas, como a facção venezuelana Tren de Aragua.

Especialistas apontam quatro razões principais para os EUA quererem classificar o PCC e o CV como organizações terroristas:

  1. Expansão internacional – As facções brasileiras têm ampliado suas operações para outros países, estabelecendo conexões com cartéis de drogas e grupos criminosos na América do Sul e América do Norte.
  2. Atos violentos – Os grupos são responsáveis por atentados à bomba, assassinatos de autoridades e outras ações violentas, que podem ser enquadradas como terrorismo segundo a legislação dos EUA.
  3. Infiltração nos EUA – Há indícios de que membros do PCC tenham se estabelecido em estados como Massachusetts e Pensilvânia, expandindo operações criminosas e lavagem de dinheiro.
  4. Facilidade para sanções – A classificação como organização terrorista permitiria aos EUA congelar ativos, aplicar sanções econômicas e fortalecer a cooperação internacional no combate às facções.

Caso os EUA avancem na classificação do PCC e do CV como organizações terroristas, o governo norte-americano poderá impor restrições financeiras e comerciais contra indivíduos e empresas associadas a essas facções.

O Brasil, por sua vez, mantém a posição de que sua legislação não permite esse enquadramento, o que pode gerar impasses diplomáticos entre os dois países.

Fonte: Redação

Compartilhar