PF cumpre mandados em nova fase de operação contra fraudes no INSS

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PF investiga uso de dinheiro de fraude contra aposentados para compra de veículos de luxo | Foto: divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (14 de maio), uma nova fase da operação que investiga fraudes em descontos de aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Os agentes cumprem dois mandados de busca e apreensão na cidade de Presidente Prudente (SP). A ação foi autorizada pela Justiça Federal no Distrito Federal e busca aprofundar as investigações sobre o esquema de desvio de dinheiro de beneficiários do INSS.

Primeira fase da operação e mudanças no governo

A primeira fase da operação, realizada em abril, levou à demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e ao afastamento de cinco servidores públicos.

Além disso, o governo decidiu trocar o comando do Ministério da Previdência, substituindo Carlos Lupi por Wolney Queiroz.

Quem são os alvos da nova fase?

Os mandados desta quarta-feira têm como alvos:

  • Cícero Marcelino de Souza Santos, apontado pela PF como assessor do presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes.
  • Ingrid Pikinskeni Morais Santos, sócia e esposa de Cícero.

A PF tenta identificar patrimônio oculto dos investigados. Carros do casal foram apreendidos.

Esquema de desvio de dinheiro

Segundo a PF, há uma trilha financeira suspeita envolvendo a Conafer, que recebeu mais de R$ 100 milhões do Fundo do RGPS/INSS.

Parte desse valor, cerca de R$ 812 mil, foi repassada para Carlos Roberto Ferreira Lopes, que, em seguida, direcionou os recursos para Cícero Marcelino, Ingrid Pikinskeni e empresas ligadas ao casal.

A investigação aponta que grandes quantias foram enviadas diretamente pela Conafer para os investigados e suas empresas, levantando suspeitas de lavagem de dinheiro.

Fraudes contra aposentados e pensionistas

A operação revelou que associações que oferecem serviços a aposentados cadastravam beneficiários sem autorização, utilizando assinaturas falsas para descontar mensalidades diretamente dos pagamentos do INSS.

O esquema teria começado em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, e continuado no terceiro mandato de Lula. O prejuízo aos aposentados pode chegar a R$ 6,3 bilhões.

Na primeira fase da operação, a PF apreendeu dinheiro em espécie, carros de luxo (incluindo uma Ferrari), joias, relógios de alto valor e quadros com os suspeitos.

O principal operador do esquema

A PF considera o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, como o principal operador do esquema de desvio de dinheiro dos aposentados e pensionistas.

Apesar das investigações, ele não foi preso.

Fonte: Redação

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