Estudantes da PUC-SP ocupam o campus Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo, desde a noite de 21 de maio, em protesto contra racismo acadêmico, precarização das condições estudantis e outros problemas estruturais da universidade. A mobilização, organizada por coletivos estudantis e centros acadêmicos, denuncia a negligência institucional e o silenciamento diante de violências que afetam alunos por questões de classe, raça e gênero.
Reivindicações dos estudantes
Os manifestantes exigem uma série de medidas da universidade, incluindo:
- Formação antirracista obrigatória para docentes e alunos;
- Criação de um canal de denúncia de casos de racismo;
- Cotas para pessoas trans;
- Ampliação de bolsas estudantis e congelamento das mensalidades;
- Garantia de duas refeições gratuitas para bolsistas.
Além das questões acadêmicas, os estudantes também protestam contra a falta de infraestrutura, citando episódios como a aparição de um rato no restaurante universitário.
Decisão judicial e possível ação policial
Nesta sexta-feira (23 de maio), a Justiça de São Paulo deferiu liminarmente o pedido da universidade para reintegração de posse do prédio ocupado. O juiz Marcelo Augusto Oliveira, da 41ª Vara Cível, autorizou o uso de força policial para desmobilizar os estudantes, caso não haja uma saída voluntária.
A Fundação São Paulo, mantenedora da PUC-SP, afirmou que espera resolver a situação por meio do diálogo, mas não descarta a execução da ordem judicial.
Resposta dos estudantes
Em nota, os ocupantes contestaram a decisão e afirmaram que não pretendem deixar o campus. Segundo os manifestantes, a luta é legítima e busca garantir autonomia universitária, ampliação do acesso à educação e melhores condições de permanência estudantil.
A ocupação segue sem previsão de encerramento, e a tensão entre estudantes e administração da universidade aumenta diante da possibilidade de intervenção policial.