Uma investigação revelou que o Brasil tem sido utilizado por agentes secretos russos para “lavar” suas identidades, permitindo que operem globalmente sem levantar suspeitas. O caso mais emblemático é o de Sergei Cherkasov, que fingiu ser Victor Müller Ferreira, um suposto brasileiro, e tentou se infiltrar no Tribunal Penal Internacional (TPI), que investiga crimes de guerra da Rússia na Ucrânia.
Como espiões russos obtêm documentos brasileiros
Segundo uma reportagem do The New York Times, pelo menos nove agentes russos conseguiram documentos autênticos no Brasil, explorando brechas no sistema de registro civil. Com identidades falsas, eles puderam atuar como cidadãos brasileiros, evitando suspeitas de espionagem.
A operação foi descoberta pela Polícia Federal Brasileira, que, com apoio da CIA e outras agências internacionais, desmantelou a rede de agentes russos infiltrados no país.
O caso de Sergei Cherkasov
Cherkasov construiu duas vidas falsas no Brasil. Na primeira, se apresentava como Victor Müller Ferreira, um jovem que morava na Grande São Paulo, dançava forró e mantinha relacionamentos em uma escola popular.
Na segunda versão, ele foi descrito pelo governo russo como um “perigoso traficante de heroína”, uma narrativa criada para tentar forçar sua extradição. Ambas as histórias eram sustentadas por documentos falsificados e enredos cuidadosamente planejados.
A revelação de que espiões russos estavam usando o Brasil como base para operações secretas gerou preocupação entre autoridades internacionais. O caso levanta questões sobre a segurança nacional, o controle de documentos e a vulnerabilidade do sistema de identificação brasileiro.
Especialistas alertam que o Brasil pode continuar sendo alvo de agentes estrangeiros se não reforçar seus mecanismos de verificação de identidade.