O cantor MC Poze do Rodo, cujo nome verdadeiro é Marlon Brandon Coelho Couto, foi preso na madrugada desta quinta-feira (29 de maio) por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele é investigado por apologia ao crime e associação ao tráfico de drogas.
A prisão ocorreu em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Policiais cumpriram um mandado de prisão temporária contra o funkeiro, que foi levado para a Cidade da Polícia.
Ao ser transferido para a Polinter, por volta das 11h40, Poze afirmou que sua prisão é uma perseguição.
“Isso é perseguição, mané. Cara de pau, isso aí é perseguição. É indício, mas não tem prova com nada. Manda provar aí”, disse o MC, alegando que a polícia deveria focar nos criminosos das comunidades.
O advogado de Poze, Fernando Henrique Cardoso Neves, declarou que a prisão se baseia em uma “narrativa antiga” e que, caso o artista não seja liberado, a defesa entrará com um habeas corpus.
Segundo as investigações, Poze realiza shows exclusivamente em áreas controladas pelo Comando Vermelho (CV), onde traficantes armados garantem a segurança do evento.
A Polícia Civil afirma que as músicas do MC fazem apologia ao tráfico de drogas e ao uso ilegal de armas, além de incitar confrontos armados entre facções rivais, o que frequentemente resulta em vítimas inocentes.
Os investigadores apontam que os bailes funk onde Poze se apresenta são usados pelo CV para aumentar os lucros com a venda de drogas, revertendo os recursos para a compra de armas e equipamentos utilizados em atividades criminosas.
A prisão ocorre 15 dias após a Polícia Civil abrir uma investigação sobre um baile funk na Cidade de Deus, onde Poze se apresentou. Vídeos do evento mostraram traficantes armados com fuzis assistindo ao show sem qualquer receio de serem identificados.
Em novembro de 2024, Poze e sua esposa, Viviane Noronha, foram alvos da Operação Rifa Limpa, que investigava sorteios ilegais promovidos nas redes sociais. Na ocasião, a polícia apreendeu carros de luxo e joias do funkeiro.
No mês passado, a Justiça determinou a devolução dos bens, alegando que não havia comprovação de que os itens estavam ligados a crimes.
A Polícia Civil reforçou que as letras das músicas de Poze extrapolam os limites da liberdade de expressão, configurando crimes de apologia ao crime e associação para o tráfico.
As investigações continuam para identificar outros envolvidos e os financiadores diretos dos eventos criminosos.
Fonte: Redação