O chanceler alemão Friedrich Merz anunciou nesta segunda-feira (26 de maio) que a Ucrânia está autorizada a utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pela Alemanha e pela França. A decisão amplia o arsenal disponível para Kiev, permitindo ataques a posições militares dentro do território russo.
Merz afirmou que não há mais limitações para o alcance das armas enviadas à Ucrânia por Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha.
“Isso significa que a Ucrânia agora pode se defender, por exemplo, atacando posições militares na Rússia (…) algo que não fazia há algum tempo, com algumas exceções. Agora pode fazer isso.”
A mudança na postura dos aliados ocorre após os EUA retirarem restrições sobre o envio de mísseis de longo alcance no final de 2024.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou a decisão como “bastante perigosa”, afirmando que ela contraria os esforços por um acordo político para encerrar o conflito.
“Se essas decisões foram realmente tomadas, elas vão totalmente contra as nossas aspirações de chegar a um acordo político [de trégua no conflito]. (…) Esta é uma decisão bastante perigosa.”
Sob o governo anterior do social-democrata Olaf Scholz, a Alemanha evitou enviar mísseis Taurus à Ucrânia, temendo uma escalada de tensões com a Rússia.
Merz, que assumiu o cargo de chanceler no início de maio, já havia demonstrado apoio ao envio desses mísseis, que possuem alcance superior a 500 km. No entanto, ele afirmou que não detalhará mais as armas enviadas à Ucrânia, por razões estratégicas.
Até o momento, a Alemanha não havia fornecido armamentos com alcance superior a 70 km para Kiev.