A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China abriu novas oportunidades para o agronegócio brasileiro, especialmente no mercado de soja. Após a imposição de tarifas de até 245% pelo governo norte-americano sobre produtos chineses, Pequim respondeu com taxas de 125% sobre importações dos EUA, tornando inviável a compra de grãos americanos. Como resultado, o Brasil, maior exportador mundial de soja, assumiu um papel de destaque no fornecimento para o mercado chinês.
De acordo com a mídia estatal chinesa, cerca de 40 navios carregados com soja brasileira devem atracar no porto de Zhoushan em abril, representando um aumento de 48% em relação ao mesmo período do ano passado. No total, serão descarregadas 700 mil toneladas de soja brasileira, um crescimento de 32% em comparação a abril de 2024. Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) também apontam um aumento de 7% nas vendas de soja em grão para a China entre janeiro e março deste ano.
A diversificação das fontes de grãos pela China, iniciada durante o primeiro mandato de Donald Trump, consolidou o Brasil como um parceiro estratégico. Segundo Zhao Chenxin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, os grãos americanos, como soja, milho e sorgo, “podem ser facilmente substituídos”. Essa declaração reforça a posição do Brasil como fornecedor confiável em um momento de tensões comerciais globais.
Além de fortalecer sua posição no mercado chinês, o Brasil também se beneficia de uma demanda crescente por soja, impulsionada pela produção de ração animal e óleo vegetal. Essa expansão reflete a capacidade do agronegócio brasileiro de atender às exigências de qualidade e volume do mercado internacional, consolidando sua liderança global.
Fonte: Redação