Neste ano, os ovos de Páscoa devem pesar um pouco mais no bolso dos brasileiros. A elevação expressiva no preço do cacau — influenciada por fatores climáticos em grandes produtores como a Costa do Marfim — é apontada como uma das principais razões para o aumento, segundo estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). Apesar de nem todo o custo ser necessariamente repassado ao consumidor, o cenário ainda é de tendência de alta.
Além da crise climática, a própria lógica de produção dos ovos contribui para os preços mais altos. A economista Denise Kassama explica que o chocolate feito especialmente para a Páscoa envolve um custo operacional diferente do vendido no formato tradicional.
Em Manaus, uma pesquisa do Procon identificou que os preços dos ovos variam entre R$ 29,99 e R$ 155, dependendo do tamanho, peso e marca. Os dados foram coletados nos dias 3, 4 e 7 de abril, e refletem também estratégias comerciais para atingir diferentes perfis de consumidores.
Como alternativa, a indústria pode apostar em receitas com menos chocolate e mais recheios, como biscoitos, a fim de amenizar o impacto da alta. Outra possibilidade apontada por especialistas é a produção artesanal, que pode oferecer opções mais acessíveis.
Mesmo diante do aumento nos preços — perceptível desde 2022, como relata a jornalista Ana Sena —, muitos consumidores continuam firmes na tradição de presentear com ovos de Páscoa.
Assim, entre chocolates importados, opções caseiras e um cenário de incertezas climáticas, o brasileiro segue equilibrando o desejo de manter os rituais da data com a realidade do orçamento. Nesta Páscoa, o ovo pode ser menor, mais caro ou diferente — mas seu valor simbólico na mesa das famílias segue intacto.
Fonte: Redação