A empresa norte-americana de biotecnologia Colossal Biosciences anunciou um marco audacioso: o nascimento de três filhotes que seriam lobos-terríveis, espécie extinta há mais de 10 mil anos. Entretanto, o feito, que teria sido realizado por meio de edição genética de lobos-cinzentos utilizando variantes genéticas de fósseis antigos, gerou amplo debate na comunidade científica.
Segundo especialistas, o procedimento não recriou o DNA completo do lobo-terrível (Aenocyon dirus). Em vez disso, cerca de 20 regiões genéticas dos lobos-cinzentos modernos foram modificadas para simular características da espécie extinta, como tamanho, estrutura óssea, força muscular e até vocalização. A controvérsia, contudo, reside na ausência de revisão por pares e na falta de publicação científica detalhada, fatores essenciais para validar um avanço tão significativo.
O paleogeneticista Nic Rawlence, da Universidade de Otago, classificou os animais como híbridos, argumentando que o lobo-terrível divergiu geneticamente do lobo-cinzento há milhões de anos. Corey Bradshaw, professor de Ecologia Global, afirmou que tais alegações exigem evidências robustas, pois a degradação do DNA em fósseis impede a reconstrução integral do genoma de espécies extintas. “Na melhor das hipóteses, trata-se de um exagero; na pior, de uma mentira descarada”, declarou.
Além disso, a iniciativa despertou humor e críticas nas redes sociais. O perfil da franquia Jurassic World ironizou o anúncio, alertando sobre possíveis consequências negativas de tais experimentos, em referência aos seus filmes sobre desextinções descontroladas.
Fonte: Redação