Declaração de Gleisi sobre anistia causa tensão no STF e Planalto

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Foto - Divulgação

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), gerou polêmica na quinta-feira (10) ao sugerir que discutir uma possível anistia ou redução de penas para alguns envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro seria “defensável” do ponto de vista de alguns parlamentares. Sua declaração, entretanto, enfrentou resistência tanto de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto de integrantes do governo federal.

Durante sua fala, Gleisi destacou ser contra a versão atual do projeto de anistia, argumentando que ele abriria brechas para o perdão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de militares envolvidos na tentativa de golpe. Porém, suas palavras sugerindo um possível debate no Congresso foram vistas por ministros do STF como “um absurdo” e “loucura”, conforme relatos. Um dos magistrados chegou a afirmar que “não cabe ao governo discutir a anistia”.

A oposição, por outro lado, conseguiu reunir os votos necessários para avançar com a tramitação de um pedido de urgência para o projeto de anistia, o que acelera o processo de votação. Caso aprovado na Câmara, o texto poderá enfrentar maior resistência no Senado e, eventualmente, revisão pelo STF.

Na manhã desta sexta-feira (11), após a repercussão negativa, Gleisi se manifestou, classificando sua declaração como “mal colocada”. Segundo a ministra, sua intenção era defender o papel do Congresso em mediar questões relacionadas às reclamações de parlamentares sobre penas consideradas elevadas. Gleisi reafirmou ser contrária à anistia e declarou que a proposta busca “manipular a questão das penas para encobrir crimes cometidos contra a democracia”.

A polêmica reacendeu discussões sobre os limites entre os poderes Legislativo e Judiciário, além de evidenciar a fragilidade nas negociações dentro do governo para lidar com temas sensíveis como este.

Fonte: Redação

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