A Síria enfrenta um dos momentos mais sangrentos desde o início da guerra civil há 14 anos, levantando temores sobre a estabilidade do país.
Nos últimos dois dias, confrontos violentos entre forças de segurança sírias e grupos armados leais ao antigo regime de Bashar al-Assad deixaram mais de mil mortos, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR). Entre as vítimas, 745 civis foram executados brutalmente em pelo menos 30 massacres sectários direcionados à minoria alauíta na região costeira.
Relatos de testemunhas descrevem cenas chocantes, com ruas cobertas de corpos e ataques indiscriminados contra moradores, inclusive crianças. Muitas pessoas fugiram de Latakia e Tartus, áreas conhecidas por seu apoio ao regime deposto. Há registros de invasões a casas, saques e execuções de civis que eram identificados por sua religião antes de serem mortos.
Essa é a pior insurreição que o novo governo de transição da Síria enfrentou desde a queda de Assad. Em resposta, o líder Ahmed el Sharaa fez um apelo pela unidade nacional e pelo fim da violência, afirmando que esses desafios já eram esperados após a mudança de governo.
Enquanto isso, as forças de segurança continuam combatendo militantes armados leais a Assad, e centenas de alauítas fugiram para a base militar russa em Hmeimim, buscando proteção. Imagens divulgadas mostram multidões clamando por apoio russo, enquanto outras famílias tentam escapar para o Líbano.
Diante da escalada de violência, a ONU e a Liga Árabe demonstraram preocupação com os assassinatos indiscriminados e alertaram sobre os riscos de uma nova onda de instabilidade no país.
Fonte: Redação