Satélite inovador ajudará a medir o impacto das florestas tropicais no clima global

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A Agência Espacial Europeia (ESA) lançou nesta terça-feira (29) um satélite revolucionário que promete transformar a forma como os cientistas analisam as florestas tropicais. O equipamento, apelidado de “space brolly” (guarda-chuva espacial), possui uma antena dobrável de 12 metros de diâmetro e utilizará um radar de banda-P para penetrar na copa das árvores e medir a quantidade de carbono armazenado.

A importância das florestas tropicais

As florestas tropicais, como a Amazônia, o Congo e a Indonésia, desempenham um papel crucial na regulação do clima global. Elas armazenam bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO₂), ajudando a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. No entanto, até hoje, medir com precisão a quantidade de carbono presente nessas áreas era um desafio.

Com mais de 1,5 trilhão de árvores, os métodos tradicionais de medição envolviam cálculos baseados em amostras individuais, o que tornava a estimativa fragmentada e imprecisa. O novo satélite permitirá uma análise mais abrangente e detalhada, fornecendo dados essenciais para a preservação ambiental.

Como funciona o satélite

O satélite foi desenvolvido no Reino Unido e conta com tecnologia avançada para capturar imagens das camadas mais profundas das florestas. Diferente dos radares convencionais, que apenas registram o topo das árvores, o radar de banda-P utilizado no projeto conseguirá visualizar troncos e galhos ocultos, permitindo uma estimativa mais precisa da biomassa presente.

O método de análise é semelhante ao de uma tomografia computadorizada, onde o satélite passará repetidamente sobre as florestas, coletando pequenos fragmentos de informação para compor um mapa detalhado da vegetação.

Impacto na preservação ambiental

Os dados coletados pelo satélite serão fundamentais para monitorar o impacto do desmatamento e das mudanças climáticas. Além de medir a quantidade de carbono armazenado, os mapas gerados ao longo dos próximos cinco anos permitirão acompanhar quanto carbono está sendo perdido devido à degradação ambiental.

Outro benefício da tecnologia é sua capacidade de operar independentemente das condições climáticas. Diferente de satélites anteriores, que tinham dificuldades para capturar imagens devido à presença de nuvens, o radar de banda-P conseguirá penetrar na cobertura atmosférica, garantindo medições consistentes ao longo do tempo.

Colaboração internacional

O projeto é fruto de décadas de pesquisa e colaboração entre cientistas da Europa e dos Estados Unidos. A construção do satélite contou com a expertise de engenheiros da L3Harris Technologies, uma empresa americana especializada em sistemas de antenas dobráveis de grande porte.

A expectativa é que os primeiros mapas sejam produzidos dentro de seis meses, permitindo uma análise inédita sobre o papel das florestas tropicais na absorção de carbono e na regulação do clima global.

Fonte: Redação

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