O governo da Ucrânia anunciou nesta quarta-feira (30) uma proposta de cessar-fogo de 30 a 90 dias na guerra contra a Rússia, como parte de um esforço para iniciar negociações de paz. O ministro das Relações Exteriores ucraniano, Andrii Sybiha, afirmou que Kiev está disposta a dialogar em qualquer formato, desde que Moscou demonstre compromisso real com a paz.
A Ucrânia condicionou sua disposição para negociações à aceitação de um cessar-fogo real e duradouro por parte da Rússia. Segundo Sybiha, o governo ucraniano está aberto a uma trégua de 30 dias, mas também aceitaria um período maior, de 60 ou 90 dias, caso Moscou concorde.
A proposta surge após o presidente russo, Vladimir Putin, anunciar na segunda-feira (28) um cessar-fogo de três dias, programado para ocorrer entre 8 e 10 de maio. O Kremlin justificou a trégua como uma medida humanitária, além de marcar o 80º aniversário do Dia da Vitória, data que celebra a derrota da Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial.
No entanto, o governo russo alertou que, caso a Ucrânia viole o cessar-fogo, suas forças armadas responderão de maneira “adequada e eficaz”.
Além da proposta de cessar-fogo, a Ucrânia também anunciou que deve assinar ainda nesta quarta-feira um acordo de exploração de recursos minerais com os Estados Unidos. Segundo uma fonte do governo ucraniano, o documento pode ser formalizado até o final da noite, no horário de Kiev.
A parceria visa fortalecer a economia ucraniana e garantir investimentos estratégicos no setor de mineração, que desempenha um papel crucial na reconstrução do país.
A guerra na Ucrânia já dura mais de três anos, sem perspectivas claras de um acordo definitivo. Um dos principais impasses nas negociações é a questão dos territórios ocupados pela Rússia, que representam cerca de 20% do território ucraniano, incluindo a Crimeia, anexada por Moscou em 2014.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, exige a devolução total dessas áreas para aceitar um cessar-fogo permanente, enquanto Putin insiste que as regiões já foram incorporadas à Rússia e não serão devolvidas.
Nos últimos dias, o presidente dos EUA, Donald Trump, criticou os ataques russos a Kiev e pediu que Putin “pare com os bombardeios e assine um acordo”. Trump e Zelensky se encontraram no Vaticano durante o funeral do Papa Francisco, onde discutiram a situação da guerra e a possibilidade de um acordo mediado pelos Estados Unidos.
Fonte: Redação